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Mitologia Grega e Homossexualidade

Posted on: 9 de junho de 2011

Erotes
Erotes (plural de ‘eros’, “desejo” em grego) – Os erotes foram temas comuns na arte clássica, muitas vezes simbolizando os vários aspectos do amor. Representações incluem erotes individuais como personagens, especialmente os filhos de Ares e Afrodite: Eros (“amor”), Anteros (“amor correspondido”), Himeros (“amor não correspondido” ou “desejo incontrolável”) e Pothos (“desejo ardente” ou “saudade”). Os erotes individuais são, por vezes, ligados a aspectos particulares do amor, como o amor não correspondido. Em algumas tradições, os erotes têm uma influência especial sobre o amor homoerótico.

 Pothos

Os erotes são normalmente retratados como jovens nus, bonitos e alados. A presença dos erotes em imagens não sexuais, como as de duas mulheres juntas, têm sido interpretada como indicação de um homoerotismo subentendido.

 Himeros e Páris
Eros – Este deus estava associado com o atletismo, com estátuas erguidas em ginásios (locais em que os rapazes faziam exercícios nus), e era muitas vezes considerado como o protetor do amor homossexual entre homens.

Eros
Anteros – Um altar foi criado para este deus pelos metecos (plebeus) de Atenas, em memória do amor desdenhado do meteco Timágoras, que foi rejeitado pelo ateniense Meles. Ao ouvir a declaração de amor de Timagoras por ele, o jovem zombeteiramente ordenou-lhe que se atirasse do alto de um rochedo. Vendo Timágoras morto, Meles arrependeu-se e atirou-se da mesma rocha.

 Anteros
Deuses e Heróis
Agamenon e Argino – Ateneu narra uma história de como o rei Agamenon de Micenas lamentou a perda de seu amigo Argino, por quem se apaixonara, quando ele se afogou no rio Céfiso, ao tentar fugir do desejo de Agamenon de possui-lo. Ele foi sepultado, homenageado com um túmulo e um templo foi erguido a Afrodite Argines, para celebrar esse trágico amor. Esse episódio também foi narrado por Clemente de Alexandria, Estevão de Bizâncio, e Propércio, com pequenas variações.
Agátedas e Palanto – Palanto, um herói divino, líder dos Spartan Partheniae e fundador mítico de Taranto (Itália). Ele disse ter sido condenado à morte pelos éforos, mas seu amante, Agátedas, avisou que isso seria melhor para que ele pudesse ser perdoado.

Agdístis e Átis – Agdístis nasceu do esperma de Zeus, derramado durante um sonho erótico. Nasceu hermafrodita, teve os órgão sexuais masculinos extirpados pelos deuses e se enamorou de Átis, favorito da deusa Cibele.

 Átis

Andróginos – seres de dois sexos, consoante Platão em ‘O Banquete’, extremamente poderosos, a ponto de provocarem o temor de Zeus. Platão também cita outros desses seres, mas de dois sexos masculinos (origem da homossexualidade masculina) e femininos (origem da homossexualidade feminina).

 Andrógino, Hermes e Afrodite (pais de Hermafrodito)

Apolo e Admeto – Admeto (“selvagem”, “indomável”) foi um rei de Feras, na Tessália, sucedendo seu pai Feres, por quem a cidade foi nomeada. Admeto era um dos Argonautas e tomou parte na caçada ao javali de Cálidon.

Admeto era famoso por sua hospitalidade e justiça. Quando Apolo foi condenado a um ano de servidão entre os mortais como punição por matar o dragão Píton ou Delfine, ou os Ciclopes, o deus escolheu a casa Admeto e se tornou o seu pastor. Apolo, em recompensa à boa acolhida de Admeto, de acordo com o poeta helenístico Calímaco de Alexandria faz dele seu eromenos, quer dizer, seu amante. Além disso, todas as vacas tinham gêmeos, enquanto ele servia de pastor.

Apolo ainda ajudou Admeto em seu casamento com a princesa Alceste e no prolongamento do tempo de vida do jovem casal, para o quê concorreu a ajuda de Héracles, que derrtou Tânatos na luta pela alma de Alceste, que aceitou morrer em lugar do marido.

Apolo e Árion – Filho de Poseidon e de Ino, uma deusa marinha também conhecida como Leucoteia, o músico Árion certa vez, tomando uma embarcação que rumava de volta da Ilha da Sicília para Taranto (no sul da Itália), onde vivia, após ter vencido um concurso de talento, foi atacado pela tripulação, que ele não sabia ser formada por piratas, cobiçosos pelo seu rico prêmio da competição.

Thomas Scheemakers (1740-1808): Árion

Tendo os piratas dado a ele fazer um último pedido antes de morrer, o jovem apenas pediu para tocar sua última canção. Tocando sua cítara, Árion cantou um louvor a Apolo, o deus da poesia, e sua música atraiu um sem número de golfinhos em volta do navio, enviados pelo deus que o amava. No final da canção, Árion se jogou no mar, mas, em vez de morrer, um dos golfinhos salvou sua vida e o levou para a segurança no Santuário de Poseidon no Cabo Tênaro. Este golfinho foi elevado como a constelação de Golfinho, pelas bênçãos de Apolo. 

William-Adolphe Bouguereau: Árion montado num cavalo-marinho, 1855

Apolo e Branco – Filho de Esmicro de Delfos. Sua mãe, uma mulher de Mileto, sonhou que, ao dar-lhe à luz, o Sol passou pelo seu corpo, e os videntes interpretaram isso como um sinal favorável. Apolo amou o jovem Branco por sua grande beleza, e dotou-o de poder profético, que exerceu em Dídima, perto de Mileto. No local, ele fundou um oráculo, de que seus descendentes, os brânquidas, eram sacerdotes, e que foi tido em grande estima, especialmente pelos jônios e eólios.

Quando os brânquidas forneceram ao rei persa Xerxes uma parte dos tesouros do templo para financiar a sua expedição contra os gregos, eles temeram a vingança dos helenos e fugiram para a Bactriana (perto do atual Afeganistão). Alexandre, o Grande, puniu os seus descendentes por seus crimes. 

Apolo e Carno – Carno era um vidente da Acarnânia amado por Apolo, que, sendo suspeito de espionagem, foi morto por um dos heráclidas (isto é, descendentes de Héracles) durante a passagem dos dórios de Náupacto para o Peloponeso. A título de punição, Apolo enviou para o exército uma peste, que só cessou após a instituição da Carnéia.

Apolo e Ciparisso – Na mitologia grega, um mito definido em Quios fala de Ciparisso (em grego: Kipárissos, “cipreste”; em latim: Cupressus, “cipreste”), um jovem rapaz, filho de Télefo e descendente de Héracles. Embora o contexto mítico e a configuração sejam helênicas, o personagem é essencialmente conhecido da literatura latina helenizada e de afrescos de Pompéia.

Ciparisso

Apolo deu ao rapaz um cervo manso como companheiro, mas Ciparisso acidentalmente o matou com um dardo, enquanto o animal dormia no mato. Ciparisso pede então a Apolo para deixar suas lágrimas caírem para sempre. Apolo transforma o triste rapaz em um cipreste, cuja seiva forma gotas semelhantes a lágrimas no tronco.

Apolo, Jacinto e Ciparisso

Apolo e Himeneu – 

Apolo e Jacinto – 

Jacinto
Apolo e Jacinto

Aquiles e Pátroclo –  

 Aquiles sobre o corpo de Pátroclo
Aquiles e Troilo – 

Atena e Palas – Atena foi criada pelo deus Tritão, filho de Poseidon. Desde muito jovem, contava com a companhia de Palas, filha de Tritão, sua melhor amiga. Diz-se que, numa brincadeira em que simulavam uma luta, Atena matou Palas sem querer, o que a deixou muito consternada. Por conta disso, a deusa passou a usar o nome da companheira como epíteto, e passou a ser conhecida como Palas Atena.

 Palas Atena

Cicno (filho de Apolo) – Este Cicno era filho de Apolo. Ele era um rapaz lindo, mas cruel e egoísta, rejeitando acintosamente toda corte feita por outros rapazes. Assim, ele acabou tendo apenas um amigo, que também se fartou dos desmandos de Cicno e o matou. Outra versão diz que este último amigo, de nome ignorado, foi ajudado por Héracles na realização das provas de amor a que Cicno o impunha. Mesmo realizando todas, Cicno sempre inventava uma prova nova, o que acabou por fazer o pretendente desistir.

Sozinho, sem amor e sem amigos, Cicno se afogou. Apolo o transformou em um cisne.

Corídon e Alexis – Corídon (do grego korudos, “cotovia”), era um lendário pastor grego que compôs poemas pastorais e fábulas, como constra no Idílio 4 do poeta Teócrito de Siracusa (c.310-250 aC).

Artista desconhecido: Corídon e Alexis. 1820.

Na segunda Écloga de Virgílio, Corídon é novamente mencionado, ao lado do rapaz Alexis, por quem o pastor é apaixonado.

Diocles e Filolau – Diocles foi um atleta olímpico premiado, um dos primeiros sacerdotes de Deméter e um dos primeiros a aprender os segredos dos Mistérios de Elêusis. Morreu numa batalha defendendo seu amante, Filolau de Corinto.

Teócrito descreve Diocles como um “amante de meninos” e relata que em seu túmulo em Megara ocorria uma competição de beijo (isso mesmo!) realizada todos os anos no início da primavera: os rapazes adolescentes se reuniam e competiam beijando um juiz do sexo masculino (ô, como eu queria ser esse juiz…). Aquele que desse o melhor beijo retornava para casa “carregado com guirlandas de flores.”

Dioniso e Âmpelo – Em uma etiologia contada por Nonnus, a videira é personificada por um jovem e belo sátiro, muito íntimo de Dioniso, por vezes tido como seu amante. Como previsto pelo deus, o jovem morreu em um acidente com um touro. Noutra versão, ele tentou colher cachos de uvas numa cepa muito alta, mas caiu e morreu. Depois de sua morte, Dioniso transformou-o em uma videira e do seu sangue criou o vinho.

  Dioniso e Âmpelo criança
Dioniso e Prosimno – Quando Dioniso quis descer ao Hades para encontrar sua mãe Sêmele, perguntou a Prosimno qual caminho seguir, ao encontrá-lo na beira do Lago Alciânio. Ele concordou em ensinar-lhe o caminho para o inferno se o deus o concedesse favores sexuais como uma mulher assim que retornasse. Dioniso aceitou, conhecendo assim a entrada perto do Lago de Lerna, mas quando ele voltou do Submundo, Prosimno tinha morrido. Dionísio manteve sua promessa e esculpiu um pedaço de madeira de figueira na forma de um falo e usou-o para ritualmente cumprir sua promessa a Prosimno, sobre seu túmulo. Isto, diz-se, foi a explicação dada para a presença de um falo de madeira de figueira entre os objetos secretos revelado no decurso dos Mistérios Dionisíacos.

Enares – Homens de uma tribo da Cítia, saquearam um templo de Afrodite e a deusa os transformou em mulheres.

Faetonte e Cicno (não o filho de Apolo) – O príncipe Cicno (“cisne” em grego) era filho do rei Estênelo da Ligúria e grande amigo ou amante de Faetonte, filho do deus-sol Hélio. Depois que Faetonte morreu, ele mergulhou diversas vezes no rio Erídano tentando recuperar corpo do companheiro. Os deuses o transformaram em um cisne para aliviá-lo da sua pena.

Queda de Faetonte
(desconheço o autor)

Glauco e Pólido – Glauco era filho de Minos e Pasífae. Um dia, Glauco estava brincando com uma bola ou um rato e, de repente, desapareceu. Seus pais foram ao oráculo de Delfos, que lhes disse: “Uma criatura maravilhosa que nasceu entre vocês: quem encontrar o verdadeiro retrato desta criatura também vai encontrar a criança.” Eles interpretaram a mensagem como se referisse a um bezerro recém-nascido nos rebanhos de Minos. Três vezes por dia, a cor do bezerro mudou de branco para vermelho e daí ao preto. Pólido, amante e professor de Glauco, observou a semelhança com o amadurecimento do fruto da amoreira , e Minos o mandou encontrar Glauco.

Buscando o garoto, Pólido viu uma coruja conduzindo abelhas para longe de uma adega, no palácio de Minos. Dentro da adega havia um barril de mel, com Glauco morto dentro. Minos exigiu que Glauco fosse trazido de volta à vida, embora Pólido tenha se oposto. Minos justificava sua insistência com a mensagem do Oráculo de Delfos, que dissera que o vidente poderia restaurar a vida do rapaz. Minos aprisionou Pólido no alto da adega com uma espada. Quando apareceu uma cobra aproximando, Pólido matou-a com a espada. Outra cobra apareceu, e depois de ver sua companheira morta, deixou-a por um instante e trouxe de volta uma erva que trouxe a serpente morta de volta à vida. Seguindo este exemplo, Pólido usou a mesma erva para ressuscitar Glauco.

Minos se recusou a deixar Pólido ir embora de Creta até ensinar a Glauco a arte da adivinhação. Pólido o fez, mas, depois, no último momento antes de ir, ele pediu a Glauco para cuspir na sua boca. Glauco o fez e esqueceu tudo o que tinha sido ensinado. A história de Pólido e Glauco foi objeto de uma peça perdida atribuída a Eurípides, ‘Belerofonte’, de uma peça de Ésquilo (desconhecida) e da perdida ‘Os Louva-a-Deus’, de Sófocles. Glauco mais tarde liderou um exército que atacou a Itália, introduzindo aí o cinturão militar e o escudo. Esta foi a origem do seu nome italiano, Labicus, que significa “cingido”.

Pólidos (“onisciente”) era o homem mais sábio da Lícia. Ele disse a Belerofonte como encontrar e domar Pégaso, a fim de matar a Quimera.

Héracles (Hércules) e Abdero – Para cumprir o seu oitavo trabalho, Héracles trouxe Abdero, seu eromenos (jovem amante), e alguns outros jovens para a Trácia, a fim de ajudá-lo a capturar as quatro éguas antropófagas de Diomedes, rei dos bístones. Héracles dominou os cavalariços e conduziu as éguas de Diomedes para o litoral e as deixou aos cuidados de Abdero. Enquanto Héracles estava ausente, as éguas devoraram Abdero. Em vingança, Héracles as alimentou com o corpo de Diomedes ainda vivo.
Héracles e Euristeu – Numa das versões do mito, hoje perdida, alegava que o rei Euristeu, para quem Héracles executava os seus 12 Trabalhos, era um dos seus amantes, e que Héracles realizou as suas tarefas a fim de agradá-lo. Se assim for, então o amor homossexual se torna a força motriz central do ciclo de Héracles, assim como o amor entre Aquiles e Pátroclo é chama que impulsiona a história da Ilíada. 

Héracles e Hilas – 

Hilas sequestrado pelas náiades
Hilas

Héracles e Iolaus – 

Héracles e Ônfale – 

Héracles e Ônfale

Héracles e outros – Também entre os seus amantes estavam o príncipe Filoctetes, que herdou o arco e as flechas de Héracles e que foi chamado para usá-los na guerra de Tróia, e o príncipe Nestor, o filho mais novo do rei Neleus, a quem aprendeu a amar mais do que qualquer outro rapaz. Nireu, Adônis, Jasão, Corito, Estíquio e Fringe tinham a fama de ser amantes seus também. Mas essas histórias foram perdidas.

Nicolai Abildgaard: Filoctetes Ferido. 1775.
Hermann Wilhelm Bissen: Filoctetes Ferido. 1855.

Hermafrodito – Hermafrodito era o deus dos hermafroditas e dos homens efeminados. Ele às vezes era mencionado entre os deuses alados do amor, conhecidos como erotes (ver no começo da página). Hermafrodito era filho de Hermes e Afrodite, donde vem o seu nome.

 Hermafrodito

Ele era um belo rapaz que atraiu o amor de uma ninfa náiade chamada Salmácis. Ela rogou aos deuses para unir-se a ele para jamais se separarem, e, em resposta, os seus corpos foram fundidos em um só. Ao mesmo tempo, por desejo de Hermafrodito, a fonte de Salmácis adquiriu a propriedade de tornar os homens que se banhassem nas suas águas impotentes e efeminados.

Hermafrodito como um dos erotes, ca. 340 a.C.
 Hermafrodito. Museu do Louvre. Paris, França.

Hermes e Abdero – O mesmo relatado mais acima entre os amantes de Héracles.

A paternidade de Abdero difere de acordo com as fontes. Alguns dizem que ele era filho do deus Hermes, mas de acordo com outros escritores, era filho de Trômio, o Lócrio. Outros, ainda, alegavam que ele era filho de um amigo de Hércules, Menécio Opiano, o que tornaria Abdero irmão de Pátroclo, primo famoso de Aquiles, que morreu em Tróia.

Nas versões em que Abdero tem por pai um mortal, ele se torna eromenos, jovem amante, de Hermes, e seu protegido.

Hermes

Hermes e Anfíon – O rei de Tebas Anfíon, filho de Zeus e Antíope, e irmão gêmeo de Zeto, passa às vezes por amante de Hermes.

Filostrato, o Velho, diz que o deus o presenteou com a lira mágica, com a qual, tocando suas cordas, as pedras por si só se arrumaram e formaram as muralhas de Tebas, por ter caído de amores pelo príncipe.

Anfíon

Hermes e Croco – Croco era um homem mortal, que, insatisfeito com o seu caso de amor com a ninfa Smilax, foi transformado pelos deuses em uma planta que tem o seu nome: o açafrão-croco (Crocus sativus). Acredita-se que Smilax tenha tido um destino semelhante e foi transformada na planta corriola.

Em uma variação do mito, Croco foi amado por Hermes e morto acidentalmente pelo deus em um jogo de disco. Hermes ficou tão perturbado com isso que ele transformou corpo de Croco em uma flor. O mito é semelhante ao de Apolo e Jacinto, e pode realmente ser uma variação do mesmo.

Açafrão-croco (Crocus sativus)

Hermes e Dáfnis – O historiador Aélio menciona que alguns diziam que o jovem pastor siciliano Dáfnis era um amante de Hermes, outros que ele era seu filho. Uma ninfa (de nome desconhecido), sua mãe, expô-lo quando bebê em um vale encantador num bosque de loureiros, pelo qual ele recebeu o nome de Dáfnis (“loureiro”, em grego) e também passou a ser chamado de amado por Apolo, por uma pequena confusão com o nome da ninfa Dafne, o primeiro amor de Apolo.

Veja mais abaixo, no item Pan e Dáfnis, para saber mais do seu mito. 

Charles Gleyre (1808-1874):
Dáfnis e Cloé Retornando da Montanha

Hermes e Perseu – Higino diz em uma de suas obras que Hermes dotou Perseu com os presentes divinos (sandálias aladas, elmo alado e o capacete da invisibilidade de Hades), com os quais ele enfrentaria as Górgonas, por amor ao belo príncipe de Argos.

Perseu e Medusa

Hipnos e Endímion – 

Endímion

 

Ífis e Iante – Ífis nasceu menina, mas foi criada como menino pela mãe para não desagradar o marido, que queria um filho varão. Ífis acaba se apaixonando por outra garota, Iante, e o pai decide casar “o filho” com a moça, mas a mãe de Ífis, devota de Ísis (uma deusa egípcia), é atendida em suas súplicas e a deusa transforma a filha num rapaz, podendo casá-la com Iante.

Laio e Crisipo – 

Leucipe – Filha de Lampro e de Galateia, Leucipe foi transformada pela deusa Leto em homem, chamado Leucipo, por desejo da mãe. Este mito lembra muito o de Ífis (ver mais acima).

Mársias e Olimpo – Olimpo pertence à genealogia mítica de flautistas mísios e frígios – Hiagnis, Mársias, Olimpo – para cada um dos quais foi atribuída a invenção da flauta, e em cujo nome temos a representação mítica da competição musical entre os auletas frígios e os citaredos gregos. Alguns escritores fizeram dele pupilo e amante de Mársias, mas por vezes ele é tido como seu pai ou seu filho. 

Petr Vasil’evich Basin: Marsias Ensinando Olimpo, 1821

Certa vez, Mársias decidiu desafiar Apolo para um concurso musical, para decidir quem era mais talentoso: ele, com sua flauta dupla, o aulos, ou Apolo, com a sua lira. 

Annibale Carracci: Olimpo e Mársias, 1597-1600

Tendo as Musas como árbitras, naturalmente Apolo venceu a disputa, e, como prêmio, os dois contendores combinaram de o perdedor ser castigado pelo vencedor, Apolo escorchou Mársias vivo, para lembrar que os deuses jamais podem ser desafiados. Além disso, a derrota do frígio Mársias pelo grego Apolo mostra como, na mentalidade grega, os helenos se viam superiores aos asiáticos.

Um sátiro auleta, ou tocador de aulos.
Detalhe do Vaso Borghese

Narciso e Amínias – 

 Narciso e Eros
John William Waterhouse: Eco e Narciso (detalhe). 1903.

Orestes e Pílades – Pílades é filho do rei Estrófio da Fócida e de Anaxíbia, filha de Atreu e irmã de Agamemnon e Menelau. Ele é conhecido principalmente por sua forte amizade ou relacionamento homossexual com seu primo Orestes, filho de Agamenon.

Orestes e Pílades.
Este conjunto escultórico é também, por vezes,
chamado de Castor e Pólux ou Corídon e Alexis.
Museu do Prado, Madri (Espanha).

Orestes havia sido enviado à Fócida durante o período em que sua mãe Clitemnestra mantinha um caso adulterino com Egisto. Lá, ele conheceu Pílades, que considerava como um irmão.

William-Adolphe Bouguereau:
O Remorso de Orestes Perseguido pelas Fúrias. 1862.
Francois Bouchot (1800–1842): Pílades e Orestes.

Após a vingança matricida de Orestes e de sua irmã Electra contra Clitemnestra e Egisto, que assassinaram Agamenon, Pílades retornou à sua terra natal, mas foi exilado por seu pai por tomar parte no crime. Ele então retornou para o lado de Orestes.

Orestes e Pílades (à esquerda). Pompeia, séc. I EC.
Benjamin West:
Pílades e Orestes Trazidos como Vítimas para Ifigênia (detalhe). 1766.

Orfeu e Cálais – 

Pan e Dáfnis (não confundir com a ninfa Dafne) – O mesmo mencionado mais acima, entre os amantes de Hermes.

Pan e Dáfnis

 Pastor e flautista, Dáfnis foi o inventor da poesia pastoral. Uma náiade (possivelmente Equenais, Xeneia, Nômia ou Lice) se apaixonou por ele, mas o pastor não foi fiel ao seu amor. Como vingança, ela o cegou. Pan também se apaixonou por ele e lhe ensinou a tocar flauta.

Pan e Dáfnis

Poseidon e Ceneu – A lenda de Cênis/Ceneu é encontrada nas Metamorfoses de Ovídio, onde o personagem é brevemente referido como um dos participantes da caça ao javali caledônio. Um tempo depois desta aparição, Nestor conta a história de Ceneu a Aquiles, com mais pormenores, descrevendo sua transformação de mulher em homem. Cênis, filha de Élato (chefe dos lápitas) e Hipéa, foi estuprada por Poseidon, que, arrependido, aceitou seu pedido de ser transformado em homem para que nunca pudesse ser estuprada novamente. Como compensação extra, o deus dos mares também tornou Cênis invulnerável às armas. Cênis depois mudou seu nome para Ceneu e tornou-se um guerreiro, viajando por toda a Tessália, tomando parte depois na caçada ao javali caledônio.

Na Eneida, Virgílio narra que Enéias vê o herói ou heroína nos Campos da Lamentação ao visitar o Submundo. Ceneu tinha, por determinação do Destino, retornado à sua forma original, a do sexo feminino. Ele também foi citado no Catálogo das Mulheres, de Hesíodo. 

Poseidon e Pélops – 

Priapo – Era um deus  grego da fertilidade, filho de Dioniso e Afrodite. Ele era representado sempre com um enorme pênis, geralmente ereto, e, dizia-se, afastava pequenos ladrões quando invocado – a quem, se capturados, ele infligia o “castigo homossexual” (certamente, ter o ânus violentado por seu impressionante membro).

Priapo. Casa dei Vettii, Pompeia.

Em alguns versos da Priapeia, antigos poemas eróticos romanos dedicados ao deus, lê-se o seguinte:

Meu pau vai passar no meio dos meninos e no meio das meninas,
mas com homens barbados ele tem como objetivo apenas subir.

Teseu e Pirítoo –  

Tirésias – Nasceu homem, foi transformado em mulher pelos deuses (teve até uma filha nesse período, chamada Manto), e voltou a ser homem.

Zéfiro e Jacinto – 

 Zéfiro e Jacinto
Zéfiro e Jacinto

Zeus e Ganimedes – 

F. Kirchbach: Zeus e Ganimedes. 1892

Anton Raphael Mengs: Júpiter (Zeus) e Ganimedes. 1758-59.
Ganimedes e a águia de Zeus
Zeus-Ártemis e Calisto – Zeus assumiu a aparência da própria filha, Ártemis, para seduzir a ninfa ou princesa Calisto, que fazia parte do cortejo da deusa. Dessa união entre duas “mulheres” nasceu Arcas.

 Zeus, sob a forma de Ártemis, seduz Calisto

 Johann Heinrich: Júpiter (Zeus), disfarçado de Diana (Ártemis), seduz Calisto. 1756

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O Autor

Ativista dos Direitos Humanos (Principalmente LGBTs ); Teólogo;Homeopata; Psicanalista, especialista em Sexualidade Humana, Filosofia, Sociologia;Blogueiro.

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